Nosso cantor preferido foi vítima de uma péssima edição feita na entrevista que deu sobre a homossexualidade, exibida no programa Fantástico da rede Globo. Ele postou no seu blog “Confraria do Netinho”, um texto que expressa exatamente o que ele falou para a repórter. O assunto veio à tona na semana passada, por causa da revelação de Rick Martin sobre a sua orientação afetiva. Podemos até compreender a falta de tempo para exibição de entrevistas, que na TV é tudo corrido, com os milésimos de segundos contados. No entanto, editar e mostrar a parte mais apelativa, para mim é um ato que beira a irresponsabilidade. Temos vontade de saber e sempre cobramos a sua agenda de shows; quando o próximo cd vai ser lançado; quais novidades irá trazer nas suas apresentações ao vivo, novas coreografias, iluminação, cenário; pedimos que cante músicas que nos agradam; queremos um tchau, um abraço, um sorriso; queremos que ele continue a nos alegrar cantando o amor, a festa, a vida... Sobre a sua vida pessoal, não queremos saber, isso só diz respeito a ele. Além disso, os fãs de Netinho sabem quando tudo está bem, porque expressa naquilo que importa. Na sua música, no seu gingado, na sua força, na sua energia no trio e no palco.
O difícil para as pessoas é entender o quanto a homoafetividade é intrínseca, que não se trata de escolha e sim um desejo natural. Ela rompe barreiras, o afetivo não se apega aos detalhes e admira o ser humano como um todo, o conjunto e não a parte. Mas o ser humano é por si instigante e questionador. Sua organização social exige explicações, justificativas e por isso os julgamentos são tão comuns. É uma motivação mórbida, triste de se ver. Mas os objetos de análise conseguem seus meios de se tornarem superiores a essa torpe forma de enxergar as suas ações. Fechar-se em guetos, trancar-se em si mesmo, ser refém do seu próprio sentimento, ou pior, dos sentimentos alheios. A preparação é complicada para alguns, tanto, que muitos vivem na eterna dúvida do ser ou não ser. A sociedade tem que entender, os processos de uma relação homoafetiva são os mesmos de uma relação heteroafetiva. A vida na diversidade é mais comum do que possa imaginar a vã filosofia de qualquer outro estilo de vida. Questões como: Fulano rebola tanto. Será que ele é gay? Cicrana adora jogar futebol! Será que ela é lésbica? Existem questões mais importantes a serem discutidas e colocadas em pauta. Isso se elas devem ser discutidas, porque esses assuntos são pessoais e intransferíveis. Não cabe a ninguém ficar questionando. Isso só diz respeito às partes envolvidas e a ninguém mais, talvez no máximo essas explicações possam ser estendidas para as famílias e mesmo assim com algumas ressalvas. A caricatura, a comédia são vias já desgastadas de se exibir os temas. Dramatizar também não é caminho, mas o fato de não tratar como aberração já é válido. Vamos fugir dos padrões, dos rótulo, as relações sociais, sentimentais, políticas dos humanos são únicas. Fórmulas são exatas demais para algo tão subjetivo. Amor, amizade, respeito, cumplicidade, fidelidade, são elementos invisíveis para os olhos. Mas podem ser sentidos e administrados pelo coração.
Esperamos que você continue vivendo intensamente O AMOR em todas as suas instâncias, com a pessoa amada, com a família, com os amigos próximos, com seus fãs. by @andinhoBIO